Drex: A Promessa Digital e as Sombras do Controle
O Abandono do Blockchain: Um Sinal de Alerta?
👤 Por: Valor Moeda
📅 Data: 14/08/2025
🕒 Horário: 17:08

Uma das maiores apreensões em relação ao Drex, e às CBDCs em geral, é o potencial para um controle governamental sem precedentes sobre as transações financeiras dos cidadãos. Embora o Banco Central afirme que a privacidade será garantida, a natureza centralizada de uma moeda digital emitida e controlada pelo Estado pode, em tese, permitir a rastreabilidade total de cada transação. Isso abre a porta para cenários onde o governo poderia monitorar gastos, impor restrições ao uso do dinheiro (como datas de validade ou tipos de bens e serviços que podem ser comprados) ou até mesmo congelar fundos de indivíduos ou grupos, sem a necessidade de mandados judiciais complexos. A pesquisa da UFMG (2024) e o artigo da Revista Políticas Públicas & Cidades (2025) apontam para a necessidade de maior aprofundamento na garantia da privacidade e na transparência, indicando que as preocupações não são infundadas. A promessa de que o Drex não substituirá o dinheiro em espécie e não será usado para monitorar a população precisa ser constantemente fiscalizada, pois a infraestrutura para tal controle estaria estabelecida.
O Drex, ao ser emitido e controlado exclusivamente pelo Banco Central, pode levar a uma maior centralização do poder econômico. Em um sistema financeiro onde a moeda digital é a forma predominante de transação, o Banco Central teria um controle ainda mais direto sobre a política monetária, a oferta de dinheiro e, consequentemente, sobre a economia como um todo. Isso pode reduzir a autonomia dos bancos comerciais e de outras instituições financeiras, que passariam a ser meros canais para a distribuição da moeda digital estatal. Além disso, a capacidade de programar a moeda, embora possa trazer benefícios em termos de eficiência para certas operações, também pode ser utilizada para direcionar o fluxo de capital de maneiras que beneficiem o Estado em detrimento da livre iniciativa ou da diversidade econômica. Críticos argumentam que o Drex, ao invés de representar o futuro do dinheiro, pode ser uma ferramenta para preservar e expandir o controle estatal sobre o uso do dinheiro, como apontado por análises no CoinTelegraph (2024). A oposição já se articula para garantir que a implementação do Drex não resulte em controle social, evidenciando a polaridade de visões sobre o tema.
Em suma, enquanto o Drex promete modernizar o sistema financeiro brasileiro e trazer eficiência para certas operações, as preocupações com o abandono da descentralização do blockchain, o potencial para um controle governamental excessivo e a centralização do poder econômico são válidas e exigem um debate público transparente e aprofundado. A inovação deve servir à liberdade e à prosperidade dos cidadãos, e não se tornar um instrumento de vigilância e controle.